Bastidores a Ribalta, Dos
Na construção de uma casa entram diversas razões: desígnios do arquiteto, cálculos do engenheiro, disponibilidade financeira e de materiais na praça. Mas ao longo do tempo a casa dependerá sempre da pessoa de seu morador. É ele que injeta nos cômodos vazios a carga de subjetividade, que dá vida ao lugar e possibilita o convívio. Os poemas de Maurício Segall têm algo da ocupação de um espaço vital, da circulação incessante de humores e afetos que, no fundo, são responsáveis por transformar o edifício em moradia e, nesse caso, moradia que se quer não só para si, mas também para os outros. Daí que grande parte desses poemas tenha início na sondagem de si mesmo que o sujeito leva a cabo em seu apartamento cotidiano. Sondagem que desemboca em quatro ou cinco portas.
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