Páginas de Sensação

Nas últimas décadas do século XIX, as livrarias do Rio de Janeiro anunciavam diariamente "livros baratíssimos" - edições populares a preços baixos e com enredos que nem sempre frequentavam as estantes ditas "de respeito". Em meio aos livros infantis, peças de teatro, obras didáticas, folhetos de histórias curtas, almanaques, manuais práticos e todo o tipo de leitura que os livreiros e os mercadores ambulantes ofereciam, havia os polêmicos "romances de sensação" e os "romances para homens", que muitas vezes alcançavam tiragens surpreendentes e chegavam a vender milhares de exemplares em poucas semanas. Enquanto os "romances de sensação" apostavam em aventuras encharcadas de sangue e mistério. (Elzira, a morta virgem; Maria a desgraçada; Casamento e Mortalha), os "romances para homens" traziam enredos que estimulavam um pouco mais que a imaginação dos leitores cariocas: O aborto; Os Serões do Convento; Volúipias; Amar, Gozar e Morrer; Vôo da Inocência ao Auge da Prostituição; Os Crimes do Amor; Sensações Fortes ; Camarões Apimentados. Alguns deles, como Mademoiselle Cinema, de Benjamin Costallat, influenciariam autores importantes do século seguinte, como Nelson Rodrigues, e seriam reeditados nos nossos dias. Dessas "páginas de sensação", emerge um curioso testemunho do imaginário da sociedade carioca do período. O rigor da pesquisa, feita no Rio de Janeiro e em Lisboa, se completa na seleção iconográfica, com ilustrações e reproduções de páginas dos livros analisados.


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