Caminho Suave, Um
"Quando lembro de minha infância (e isso acontece pelo menos uma vez ao dia), me vêm uma sensação e uma cena. A sensação, quase ancestral de tão primitiva - e que me persegue desde sempre, é a de não ter menor importância. A cena, sou eu, menininha, sentada no colo do Xande, meu tio, no quartinho de passar roupas, que ficava no fundos de nossa casa, onde ele nos ensinava, a mim e a meu irmão, a lição da escola. Aprendíamos numa cartilha chamada Caminho Suave; como eu sempre acabava primeiro por ser a mais esperta, me sentava no colo do Xande para desenhar, e aquilo me era extremamente prazeroso e angustiante ao mesmo tempo. Havia o calor do seu corpo, sua disponibilidade, e, ao mesmo tempo, aquela mão no meu sexo." (A Autora)
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