Tigre de Papel
O livro do francês Olivier Rolin renova o romance político e conta a história de uma geração com poesia e humor. O autor viveu os inflamados acontecimentos de Maio de 68, quando uma revolução que parecia movida pelo desejo tomou conta do mundo, tendo Paris como epicentro. O objetivo da Causa, a organização em que militava Martin, narrador e alter-ego literário de Rolin, era acabar com os "tigres de papel" do imperialismo, mas não só isso: por trás, havia o desejo de reparar o erro da geração de seus pais, que capitularam diante dos nazistas na Segunda Guerra e sofreram uma derrota sem honra na Indochina, na guerra colonial que anos depois culminaria na tragédia do Vietnã. O acerto de contas que Rolin faz em Tigre de papel, portanto, não é apenas com a sua própria geração, mas também com a de seus pais e com a seguinte, representada pela jovem que ouve a narração no banco do carona. Ela é Marie, a filha de Treize, seu melhor amigo e companheiro de militância na Causa, morto no começo dos anos 80 em circunstâncias que vão sendo reveladas ao longo da história.
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