Sétimo Céu

Final dos anos 50, Long Island, rua Hemlock. Que segredos podem estar guardados na banalidade de uma rua de casas idênticas e jardins repetitivos? Talvez os mais inconfessáveis, escondidos por trás dos gramados bem aparados, da roupa lavada, do cheiro bom das tortas assando no forno e impregnando tudo com o perfume ilusório da paz doméstica. Um dado novo, um elemento estranho e a paz se esfacela como louça que cai no chão da cozinha. Nora Silk está prestes a perturbar esse frágil equilíbrio. Divorciada, jovem e sedutora, ela acaba de se mudar para a rua Hemlock, com seus dois filhos: Billy, de oito anos, e James, de dez meses. Como espinhos, eles encravam-se nesse monolítico corpo feito da linearidade das famílias, do medo disfarçado, tédio, desejos e superstições. O corpo todo reage, se inflama contra a estranheza que, na verdade, habita cada uma daquelas casas. A esposa dedicada e gorda que foge de casa, o filho tímido que mata o pai, a crueldade dos bons meninos, todo o pequeno universo de hábitos inquestionáveis se desorganiza sem ruído. Telepata, Billy lê os pensamentos que a vizinhança oculta, enquanto treina para ser como o grande Houdini e escapar de todas as armadilhas. Inconseqüente, Nora prepara sua própria cilada, lutando para ser aceita pelas respeitáveis mães daquela rua, enquanto se apaixona pelo filho de 17 anos de uma delas. Mas nem Billy nem Nora são o centro dos acontecimentos. Na rua Hemlock, tudo gira em torno daquele tênue equilíbrio que teima em se pôr sempre em movimento, impondo uma eterna reorganização de si mesmo – como um organismo que, atacado por um espinho, finalmente o absorve.



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