Educar para quê?

"A questão do autoritarismo é um dos problemas presentes no corpo inteiro do livro. E esta é uma questão sempre atual na prática e na reflexão pedagógicas entre nós. Creio que nunca precisamos tanto neste país deixar claro que a defesa de posições fundamental e autenticamente democráticas nas relações educador-educando não significa nenhum afrouxamento ou nagação da indispensável seriedade no ato de conhecer em que se devem empenhar educador e educando.
É preciso e até urgente que se deixe de pensar ser exclusividade dos liberaisa preocupação com as relações educador-educando. Pelo contrário, esta deve ser preocupação necessária de qualquer educador, não importa a posição político-ideológica em que se situe. Obviamente, não podem coincidir na compreensão e na prática destas relações, de um lado, educador progressista, coerente com seu discurso, de outro, um educador reacionário, autoritário. Pensar, porém, que esta é uma questão que não pode nem deve fazer parte do universo de preocupações de um educador progressista, porque "isto é coisa liberal", é pouco sério. O que é preciso é que os autoritários de discurso progressista se convertam a ele - discurso progressista - ou, fixando-se na sua prática autoritária, passem a assumi-la realmente."


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