Escudo de Talos, O
Um garoto aleijado é abandonado na floresta pelo próprio pai, mas cresce para se tornar um grande líder guerreiro. Partindo desse fio narrativo, o escritor italiano Valerio Massimo Manfredi combina aventura, drama e história na elaborada confecção do folhetim épico O escudo de Talos, o mais recente livro do autor. Neste novo romance, Valerio Massimo leva às últimas conseqüências sua experiência como arqueólogo e explorador para contar uma história ambientada na cidade de Esparta, que durante séculos rivalizou com Atenas como a cidade mais importante da Grécia enquanto Atenas simbolizava o saber, Esparta mostrava ao mundo o valor que uma batalha Maratona, Salamina, Termópilas podia ter para a honra de um homem.
São esses valores que Massimo Manfredi expõe ao leitor através do dilema de um homem que, rejeitado pela família ainda criança, por força dos costumes, é criado para defender um povo escravizado por Esparta. Reabilitado, tem uma herança que só uma origem dupla é capaz de conceder e uma escolha a fazer: a que mundo pertencerá, ao que o originou ou ao que o acolheu, quando foi entregue à própria sorte.
A habilidade em casar fato histórico com ficção aventurosa é plenamente demonstrada ao longo das 281 páginas de O escudo de Talos, onde alguns trechos parecem velhos poemas homéricos, citações de uma cultura oral tal qual foram a da Ilíada e da Odisséia. Os costumes da antiga cidade-estado de Esparta são ricamente detalhados logo no início do livro, quando o grande guerreiro Aristarco, respeitando a lei de seu povo, deixa seu filho, o caçula Kleidemos, com um calcanhar deficiente, para morrer na floresta. Resgatado e batizado de Talos (nome de um gigante mitológico de bronze que tinha no pé esquerdo seu ponto fraco), o garoto é criado e treinado por um velho e sábio pastor para se tornar líder dos hilotas, escravos dos espartanos.
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