Deixe que Eu Conto: as Viagens de um Contador de Histórias
Roberto de Araújo Lima nasceu em 20 de janeiro de 1938. Durante 1 ou 2 longos anos ouviu calado seu pai Álvaro contar estórias divertidíssimas e sem fim, mas com os inevitáveis apartes e contra-versões de sua mãe Nysia. A partir daí passou a preencher, pouco a pouco, o silêncio profundo daqueles vazios que seu pai deixava entre uma frase e outra, enquanto retomava o fôlego. Tudo ia calmo, mas a família ia crescendo e o falatório também, não necessariamente nesta ordem. Zélia tecia comentários e Nisita contava piadas. Teima fazia a segunda voz, alguns decibéis abaixo. Carlinhos revelava desde cedo sua vocação para "band leader". E Paulinho não perdia uma chance de sacar suas pérolas de bom humor e irreverência. Era concorrência demais, e Roberto foi tomar uns ares em Recife. Lá foi dirigente de Centro Acadêmico, líder estudantil, orador, seresteiro... Voltou a Natal com a língua afiada e logo se tornou professor universitário. Sua retórica só foi interrompida quando o irmão Carlinhos entrou naquela faculdade. O desejo de viver novas experiências e, principalmente, de poder contá-las depois, trouxe-o a São Paulo. Aqui soltou sua voz como nunca e quase se realizou por completo. Quase, porque seus filhos Bebeta, Alvinho, Lucas e Adriano também são cheios de opiniões, réplicas e sacadas brilhantes das quais o mundo não pode prescindir. Então Roberto resolveu descarregar sua eloquência escrevendo. E não é que até nisso foi interrompido?
-A biografia da contra-capa? Ah, deixe que eu escrevo!!!
A partir de agora, querido pai, e pelas próximas muitas horas, a palavra é TODA sua. Até porque a leitura é tão gostosa que não dá mesmo pra interromper. É mentira, Carmen?
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