Extrofia Vesical
Desde a antiguidade, o estigma marca de forma indelével determinados indivíduos, agregando características e significados "extra-ordinários" àqueles que, por obra do acaso, nascimento ou destino, ou ainda por decorrência de escolhas pessoais, não se adequam às normas, indicando ou sugerindo a necessidade de exclusão, tratamento ou controle. Nessa obra, Fernando nos fala de marcas específicas, desvelando, com sensibilidade e propriedade, as questões associadas à constituição da subjetividade nesta como em outras tantas situações-limite envolvendo o corpo e suas marcas. Lembra-nos que grande parte do que é atribuído à condição médica está no olhar do outro e em sua dificuldade em aceitar o diverso, o diferente. Há que lembrar, como disse o poeta, que de perto ninguém é normal. Todavia, uns são vistos como mais normais que outros. Sem propor uma prática inclusiva demagógica, Fernando nos fala, que "não são essas pessoas quem devem se adaptar ao nosso modo de subjetivação ou vice-versa. Somos nós juntos quem devemos diminuir nossas distâncias e fazer passar entre nós outros fluxos de vida, tais como a solidariedade, a ética e o compromisso com a expansão do diverso". Que este seja nosso desafio.
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