Metamorfose, A
O livro mais conhecido de um escritor que fez história. Seu estilo seco e direto não tem meias palavras para descrever um mundo sinistro. Aqui o pesadelo aparece concentrado na vida do caixeiro-viajante Gregor Samsa: uma manhã, ele acorda transformado em barata.
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\\\\nPesadelo de Kafka
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Mais célebre do que \"O processo\" (1915), \"A metamorfose\", novela escrita no final de 1912 pelo checo Franz Kafka (1883-1924), é um marco da literatura ocidental. Seu aparecimento é tão revelador da condição humana como a mitologia grega, por exemplo. Não por acaso, este livro de Kafka iria exercer - a exemplo de \"O processo\", porém com mais vigor - uma angustiosa influência sobre todos os autores que surgiram depois dele. Um escritor do porte do colombiano Gabriel García Márquez nunca escondeu que decidiu se dedicar à literatura no dia em que, aos 18 anos de idade, leu a primeira frase de \"A metamorfose\": \"Quando certa manhã Gregor Samsa acordou de sonhos intranqüilos, encontrou-se em sua cama metamorfoseado num inseto monstruoso\". A confusão precisa entre e o absurdo e o real e a excelência da linguagem - crua, irretocável, cruel - ajuda a compreender a formidável notoriedade alcançada pela história daquele desgraçado caixeiro-viajante. Mas o centro de tudo está no fato de que Gregor Samsa não é Kafka - ao contrário de Gustave Flaubert, que reivindicava para si o papel de Madame Bovary; ele representa a própria humanidade: aflita, frágil, infeliz. -- por Rinaldo Gama
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