Há Vida na História dos Outros
O livro procura responder a perguntas sobre as comunidades Kaingang, como: onde viveram, como surgiram, por que falam outra língua, por que não possuem casas e moram sob árvores, e por que não vivem nas terras que possuem. Recupera a trajetória de cultura e história de um povo, seus costumes, suas vestimentas, artesanatos e o modo com que ganham a vida . Essas questões são tão importantes para a região e para o país que neste ano a campanha da fraternidade volta a tratar deste, assunto e as pesquisas nesta área são cada vez maiores. A relevância deste livro é discutida com ênfase na questão do espaço do índio na sociedade atual e como este foi sendo construído historicamente, tanto no imaginário construído sobre eles, quanto a questão de terras. Como coloca Arlene Renk: ler o texto é um convite de Ernilda para um potlatch simbólico. A trajetória e construção do estudo-pesquisa, como qualifica a autora nos mostra seu profundo comprometimento em relação aos povos indígenas, uma fina análise, mantendo uma postura de seriedade e distância, quando necessário, e uma proximidade na dimensão humana, demasiada humana, da solidariedade e a redistribuição do diálogo, da partilha mútua de vida, em contrapartida. Não se trata de apresentar a versão dos bons selvagens. Trata-se, sim, de colocar em diálogo, em partilha mútua, diferentes perspectivas. É um texto da paixão intelectual, por uma outra história, por outra visão, versão, uma contra-história da população indígena dos sul do país. O livro transpira vida. Pulsão. Esperança. Em tempos de globalização, nos traz grandes lições.
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