Noiva Judia, A

Costumava forçar-se a chorar antes de chegar a casa, depois de estar com seu amante. Olhava-se no espelho do elevador e dizia a si própria baixinho que o tempo lhe havia de roubar toda a beleza". (in : "Lágrimas", A Noiva Judia) Este trecho, de um dos 26 contos do curto e perturbador livro de estréia de Pedro Paixão na literatura, expressa a angústia e o dilema das relações amorosas. Uma temática que vai estar presente em quase toda a obra de quem já é considerado um dos grandes escritores portugueses e que, segundo afirma, não seria escritor sem o judaísmo. A Noiva Judia, escrito em 1992, não tem nada a ver com religião. O título, roubado de um quadro de Rembrandt, é somente a forma que Paixão encontrou para se tornar um escritor que adotou uma identidade judaica, por considerar que o povo judeu é "o povo do Livro". Desde então, não escreveu nenhuma história onde não houvesse personagens judias. Mas sendo judeus ou não, homens ou mulheres, apaixonados ou que já se apaixonaram, os narradores destes contos têm algo em comum com o homem contemporâneo: os conflitos com a identidade, com o mundo moderno e com o outro. Paixão nasceu em Lisboa em 1956, estudou filosofia e se tornou escritor aos 36 anos. Com este publicação inédita, a Gryphus apresenta ao público brasileiro o primeiro livro do escritor, que já se encontra na nona edição em Portugal. Também dá continuidade à coleção "Identidade" sobre autores estrangeiros de países lusófonos.


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