Abel Silva
Logo que saiu a canção "Jura secreta", na voz de Simone (1975), o crítico Sérgio Cabral escreveu em O Globo que a literatura brasileira poderia estar perdendo o talento de Abel Silva para a música popular. O tempo mostrou, porém, que o poeta somava à sua obra mais uma possibilidade, sem anular as anteriores. Desde então, Abel não mais deixou de produzir para o livro e a música, ou para a fala e o canto, ou para o olho e o ouvido, como ele diz. Assim, a poesia de Abel Silva conseguiu o feito raro de penetrar no repertório poético de sua época. Muitos de seus versos marcam ouvintes e leitores, e isto ele já comprovou pelo Brasil afora ao ouvir depoimentos de pessoas de diferentes gerações que lhe confessam a marca de sua poesia pontuando experiências existenciais, amorosas e até políticas. São tantas as lindas canções com letra de Abel Silva no repertório da música popular brasileira que este poeta já se firmou há muito como um dos mais significativos representantes entre nossos autores. Parceiro de Sueli Costa, Moraes Moreira, João Donato, João Bosco, Fagner, Ivan Lins, Macalé, Zé Renato, Menescal, Nonato Luiz, Antonio Adolfo, Cristóvão Bastos, Dominguinhos, teve muitas dessas parcerias consagradas pela crítica e pelo gosto popular em canções como "Jura secreta", "Alma", "Festa do interior", "Simples carinho", "Brisa do mar", "Desenho de giz", "Quando o amor acontece", "Quando chega o verão", "Canção brasileira", e tantas outras, nas vozes de intérpretes famosos como Elis Regina, Simone, Gal Costa, Maria Bethânia, Nara Leão, Fagner, Cauby Peixoto, Barbra Streisand, entre outros. Nascido em Cabo Frio, passou sua infância no bairro da Gamboa, no Rio de Janeiro, de onde traz fortes reminiscências dessa época e das influências paternas que trilharam sua direção para as letras e a música, construindo um trabalho sólido que é motivo de orgulho para ele próprio e para todos nós: "Ter a música soprando minhas palavras no ouvido de milhões é uma responsabilidade e um privilégio."
Notícias