Invenção da Surdez , A
Por que " a invenção da surdez e não a construção, ou a produção ou a fabricação da surdez? (...) Inventamos a surdez, como invetamos a loucura, como inventamos a infância, nesse esforço deseperado pela identidade normal e justa: assim, ao inventar a surdez, ficamos do lado da normalidade do ser-ouvinte e, também, do lado da racionalidade, do lado do ser-adulto. (...) Um princípio que se estabelece na filosofia da diferença em particular a partir dos trabalhos de Lévinas e Derrida, é que o outro não pode ser temtatizado, não pode ser transformado numa temática, pois deixa de ser um outro para se transformar, isto é, para se inventar, com uma obssesão temática da mesmice. De outro lado, também é próprio dos estudos acerca da alteridade que não há como pensar o outro senão, justamente, enquanto outro, e não como um simples reflexo do que pensamos o que nós somos, do que nos invetamos com a nossa própria identidade. (Carlos Skliar, no prefácio)
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