Cavaleiro do Medo, O
Qual o melhor lugar do mundo para inaugurar um Museu dos Mistérios da História, com caixões, múmias, teias de aranha, nuvens de poeira, estátuas e outras esquisitices do gênero? Um lugar, é claro, onde os pássaros não cantem, algo sinistro se movimente debaixo da água e criaturas do outro mundo brinquem de esconde-esconde no cemitério.
Quem pensou na Rua do Medo acertou. Assim como o pai de Miguel e Carla, proprietário do tal museu, que tratou de se mudar com os filhos para Shadyside, logo que soube da fama horripilante que a rua carregava há anos. Coisas estranhas aconteciam por lá todas as noites, os jornais não se cansavam de noticiar. Além disso, faltavam só duas semanas para o Dia das Bruxas. Era importante que tudo estivesse pronto para receber os turistas que, certamente, lotariam a cidade. Aquele, sim, seria o público ideal, perfeito para dar o pontapé inicial nos negócios da família.
Afinal o museu era realmente um lugar único em todo o mundo, com seus manequins de cera, seus instrumentos de tortura e armas medievais pra lá de impressionantes. Só faltava mesmo a encomenda que o tio Nildo mandaria de Londres: uma armadura de cavaleiro mal-assombrada. Não era medo que as pessoas gostavam de sentir? Não era por isso que a rua ficara tão famosa?
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