Será que os estudantes estão prontos para voltar à sala de aula?
Depois de dois anos de restrições de acesso na maioria das instituições de ensino, os estudantes de todo o Brasil estão, finalmente, retornando às aulas presenciais. Com isso, habilidades de interação social ficaram bem enferrujadas e os alunos já sentem alguma dificuldade para se ambientar.
Com a intenção de proteger a população do contágio, o ensino presencial foi suspenso em todas as instituições públicas de ensino, fazendo com que os estudantes tivessem de se adaptar ao ensino à distância e às aulas por videoconferência. Em outros casos, as aulas sequer existiram e muitos estudantes foram totalmente abandonados à própria sorte, afastados do convívio com seus colegas e professores.
As escolas e faculdades particulares rebolaram e deram o seu jeito para manter seus clientes ativos e, até mesmo, conquistar novos alunos que passaram a preferir o ensino à distância, como sendo uma forma mais moderna de conquistar a sua formação e graduação.
Entretanto, alguns alunos estão iniciando o quinto período na faculdade sem nunca terem posto os pés na sala de aula durante os primeiros quatro períodos de sua graduação. Como efeito dessa nova realidade, muitos estudantes desenvolveram uma grande dificuldade para colocar em prática suas habilidades comportamentais (soft skills), entre elas a habilidade de falar em público e interagir frente a um grupo.
Todos nós sabemos que o ser humano é um animal social e que precisa interagir com outras pessoas para desenvolver seu lado emocional de uma forma saudável. O contato físico, o olhar, as pequenas expressões faciais e corporais, tudo isso completa a nossa formação e nos transforma em pessoas mais maduras e mais preparadas para conviver em sociedade.
É praticamente certo o enorme prejuízo psicossocial gerado por estes dois anos de afastamento. Mas não adianta nós chorarmos por este leite derramado. É hora de termos a colaboração de professores, pais e alunos para que seja retomada a produtividade e qualidade no ensino e possamos reparar os danos causados por este período sabático na educação.